Holding

Holding

3 Agosto, 2016

O Holding é um dos temas da Pós-Graduação em Psicoterapia Corporal em Biossíntese e a sua definição sugere apoio, sustentação e segurança. Quando nascemos precisamos ser vistos, tocados e necessitamos de nos sentir em segurança. A forma como fomos nutridos nesta fase inicial da vida é fundamental e pode trazer respostas para a forma como nos sentimos hoje. Como fui recebido pela minha família? Como fui visto e cuidado?

Os sentidos assumem uma grande importância nesta altura, pois é através deles que o bebé vai percepcionar o mundo. Quando nascemos já trazemos os cinco sentidos desenvolvidos e na audição, embora o bebé possa não perceber o que lhe é dito, a forma e o tom de tudo o que o circunda é muito importante. Ele sabe distinguir entre a voz meiga do cuidador ou uma voz irritada. E vai reagir a isso.

Imaginem então a importância do toque num corpo que passa por uma transição tão grande: estava numa bolha, num mundo aquático e vem para um local onde há luminosidade, roupas, barulhos estridentes. O toque acalma e o contacto da pele, corpo a corpo, é um grande recurso para o bebé aprender a confiar no mundo e a ser nutrido por ele. A visão é também uma forma muito forte de contacto. Dizem que o bebé quando nasce apenas consegue ver cerca de um palmo à frente do seu nariz, que será o suficiente para ver a cara da mãe enquanto se alimenta. O olhar que a mãe vai devolver ao bebé pode estruturá-lo se for um olhar “quente” que traz excitação e é expressão de amor. Se for um olhar frio, pode congelar o organismo e deixar o bebé perdido.

Será preciso ser um pai ou mãe (ou cuidador) suficientemente bom (como Winnicott dizia), para reconhecer, espelhar e ampliar o entusiasmo da criança, permitindo-a explorar o mundo através de uma comunicação aberta entre todos os elementos da família.

Texto de Ana Caeiro, Psicoterapeuta Corporal em Biossíntese
ana.caeiro@mail.com

Foto: Laura Lee Moreau – unsplash.com

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