A Alma Sem Corpo
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Imensidão, azul, plenitude, totalidade… tudo isto sentia a Alma, que no meio das suas iguais, se distinguia…
Mais leve, mais bela, mais pura, esperava pacientemente, que mais uma vez, a mandassem baixar à Terra.
Qual seria a próxima missão? Quando partia a Alma ía cansada, e carregava grandes e pesados fardos consigo… mas, logo que alcançava o topo, uma leveza e uma paz se apoderavam dela, tudo se desvanecia e a Alma encontrava outra vez o seu lugar, lá em cima, no alto da montanha.
Até lá chegar, os caminhos eram longos e duros, por vezes íngremes ou planos, verdejantes em mil tons de verde ou cinzentos e negros.
Eram claros e limpidos, tais cursos de água movendo-se rapidamente em cascatas, ou escuros, lentos e parados como pântanos lodosos.
Sucediam-se os tempos e a Alma assim vagueava por entre prazeres e dores, alegrias e tristezas, clareza e obscuridade, sabendo sempre que o topo da montanha a esperava.
Sabia também, que algures, num tempo que não conhecia, iria finalmente ascender ao infinito pleno onde poderia permanecer fazendo parte do Universo imenso.